Entendo uma mulher desprezada, fora de forma
Um pouco barriguda, vestindo uma malha que acentua
A curva da barriga.
Assim como um gay desprezado, desajeitado,
Fora de forma, baixinho e barrigudo.
Entendo uma mulher já meio passada na idade
Quando se joga no salão a dançar como uma jovem
Enquanto a banda de guitarras e trompetes entoa “amado mio”.
Olha em volta a procurar o olhar de seu homem
E flagra o olhar de seu homem, tão vadio!
A seguir o vulto inefável duma ninfeta.
Ah, sons de Cuba, solos de clarinetas de Cuba
Nem vocês nem o mojito ou a margherita que ela segura nas mãos
Poderão impedir essa dor silenciosa e invisível.
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