Luiz Gonzaga cantando Roendo Unha

Oh, Norte, como és obrigado a esperar.

A chuva.

O amor que partiu para o Sul.

A brisa que refresca o calor.

A comida que a roça ressecada negou.

És obrigado a migrar para servir pessoas estranhas em terras estranhas.

És obrigado a esperar chorando a volta do que partiu a chorar.

És obrigado a olhar o caminho distante

Espreitando, a esperar a volta dos que se foram.

E por isso olhas os topos das serras, as ladeiras das serras.

Vigias o canto do vim-vim, esperando que anuncie, finalmente,

Oh, que o vim-vim anuncie finalmente

O retorno dos ausentes, daquelas pessoas amigas e amadas,

Para que possas retomar a vida truncada, dilacerada, interrompida.

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