Para nossa irmã Jáqui
Deixa-me olhar nessas velhas fotos meio desbotadas,
Procurar o momento exato em que você se foi,
Seu rosto cheio de frescor como uma ametista, ou uma safira.
Aqui a porcelana do teu rosto ainda reluz embora já ressaltando a primeira mancha,
Um riscado estranho na gema, uma forma de trincado súbito,
Como uma Cinderela que já pressente a meia noite
E apressa-se, um pouco inquieta, para esgueirar-se do príncipe,
Fugir do esplendor das luzes do salão e escapulir na noite.
Também nessa ainda havia um frescor, um aljôfar, um sorriso
Seus olhos brilhavam e procuravam em volta o rosto amado.
Naquela já havia melancolia por trás da fumaça de um cigarro aceso.
Me entristeço sim, ao olhar essa foto, em que você já parecia uma sombra
Por trás de um arbusto, uma magnólia que parte após a orgia, seguindo um astro,
Esquecendo-se de nós, voltando-nos as costas, esvaindo-se em argila e pó
Enquanto choramos, porque amávamos muito sua querida presença.