Qual seria a mais sublime função da poesia
Além de instigar a paixão nos enamorados,
Falar das serenatas e dos arroubos loucos
Que o amor produz na alma arrebatada e crédula dos jovens?
Ah, a poesia recolhe os pedaços esquecidos de uma vida
Aquela quinquilharia que ficou presa na margem do rio
E a corrente pelejou por levar, mas que se apegou
Em algum ramo da margem e teima em voltar, em persistir
Tanto tempo depois,
Resiste em descer ao mar do esquecimento,
Onde todas as vidas costumam chegar!
Aqueles momentos doces quando a mãe embala o bebê,
Os olhos ternos guardando a imagem do rosto querido,
A poesia imprimirá na memória e tornará indelével.
Os reis que morrem, de vez em quando renascem,
No coração dos poetas, diz o bardo.
Os reis que morrem ou que ficaram esquecidos
Em algum escaninho do passado, em caixas de papelão
Em uma lata de lixo e detritos,
Incapazes que fomos de agarrá-los e protegê-los,
Naquele momento longínquo já findado,
Quando éramos uma sombra errante, precária e quase cega.
A poesia traz de volta os nossos pequenos e amados reis,
Aqueles mínimos retalhos, insignificantes, de dias obscuros,
Com mão firme e obstinada de mãe extremosa,
Os mostra de novo à vida, à luz,
Como a rosa rúbida que desabrocha, luminosa, ao meio-dia,
Ao som de bandas e fanfarras que a saúdam.
Um lindo poema á vida!
Parabéns gostei muito 👋👋👋👋👋
Um lindo poema muito bom
Parabéns ao autor.