Não busques tua antiga cidade onde nasceste
E viveste tantos anos, e tiveste amigos agradáveis.
A casa onde moraste não existe mais.
Se ainda existe, está ocupada por pessoas estranhas, esquisitas.
Ouvir-te-ão dizer: eu plantei essa jaqueira, preparei esse jardim,
Nós brincávamos de esconde-esconde nesse beco, corríamos nessa azinhaga,
Naquele tempo enriqueci a terra ofegante,
Joguei alguns centavos de adubo ocre,
Para ver surgir do solo as zínias multicores.
Olharão para você quase com piedade.
Quem é esse louco que ninguém conhece?
E tornarão a seus afazeres.
Eles, que também não se sabe de onde surgiram,
Indiferentes, ocupam agora o espaço que foi teu,
O qual tanto sonhaste um dia rever,
Em extrema ansiedade,
Trêmulo, com grande emoção.
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