O maligno dragão

O maligno dragão matou o guerreiro

Que carregava um jarro de flores e não uma granada

Isso aconteceu no meio da floresta virgem, às margens de um regato.

Como trovões, claros como relâmpagos, os dardos de fogo

Percorreram o céu. Uma voz, dessas que nos filmes ficam em off

Cantou. Sua canção era de ninar como uma canção de cuna

Um acalanto. Uma voz de mãe ou de humilde baby sitter, dessas

Que migram para cuidar de bebês ricos

E servem iogurtes com cereais na boquinha e papinhas especiais

Num lugar distante, num país distante.

Ela agora se lembra também, num tempo tão distante já,

Que outras vozes cantavam, outros lábios sorriam

E diziam palavras doces, e a chuva caía e a terra exalava odor agradável.

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