Entre os grandes que por aqui passaram és um dos maiores,
Porque olhaste com ternura para o sofrimento das criaturas,
Porque teu olhar normalmente calmo e investigativo
Se inquietava diante dos suplícios
Que a cada folha desdobrada dos arquivos de Londres
Com horror te deparavas
E se mostrava ali, sangrenta, imunda, diante de ti,
Consternado, abalado,
Que te esquecias até mesmo do conforto de tua mulher,
Pálida, quebrantada,
E de teus filhinhos adoentados.
E te esquecias também de Jerusalém
De todas essas peias étnicas que atam os homens,
Porque odiavas panelinhas
E grupinhos egoístas de regalias e autoproteções.
E estudavas como os homens se empenham demasiadamente
Em acumulações,
Em rapinar, em pilhar, como qualquer animal predador e violento.
E fazias mil projetos, mil reuniões, e escrevias
E sonhavas sonhos otimistas, sem pesadelos,
Tentavas agasalhar um futuro para os homens,
Prover mantas quentes para as crianças nas noites frias do abandono.
Lembras quando o vento do Norte soprava sobre Trier e tua alma jovem?
As árvores se curvavam, as folhas desciam ao chão
E um relâmpago clareava a noite.