Você, rapaz feio, homem feio, eu vi o seu olhar que tanto desejava a jovem bonita e cobiçada
De passos de gazela, voz de sereia. Seus lábios tremeram, você olhou de esguelha
Temendo que alguém flagrasse o olhar do extremo anelo, cupidez e amor
A mais íntima estremecida aspiração que habita seu coração, mas eu vi,
Sofrendo contigo, sem poder ajudar, sobretudo quando o galã bonito se adiantou
E levou, tão elegante como os belos quase sempre são, a bela galante de teu fervor.
Eu vi quando uma sombra perpassou teu olhar e um castelo ameaçou ruir
E uma petúnia quase atropelou a dália tentando esconder-se
Procurando um recanto oculto pra chorar.
A gota de um fougère Balenciaga colocada estrategicamente na tua camisa não funcionou
As palavras carinhosas não puderam ser ditas, nem o discurso ensaiado
Apenas a lágrima que ninguém viu, somente eu, com imenso pesar.
Por que não procuras aquela margarida que está no canto, esquecida
Meio ressequida? Ela pode ser tua flor do apego e da exaltação, com ela
Terás noites de valsas e serestas, com ela formarás um jardim,
Desce da lua, joga carmim na fronte exangue e exaurida
Esquece a rosa, tão linda, mas espinhosa, procura a margarida!