Queria ter conhecido a Madrid abrileña.
Pero no sucedió así.
A conheci em princípios de março,
Por três dias, em 1988, cheia de esplendor,
Quando nasciam os primeiros narcisos
Frente ao Prado e os jacintos violáceos
Loucos de alegria e prazer,
Embora ainda tímidos,
Ainda fustigados pelo frio e o vento,
Irrompiam fendendo a rica terra
E os esmerados canteiros.
Sei da amargura, da agonia que existem nas cidades,
Até nas belas e famosas.
Sei da ubíqua agonia dos homens,
Suas carências e tristezas e añoranzas.
As alegrias tão apenas raras e dispersas.
Naqueles três dias, porém, me esforcei
Por ver somente o lado feérico de Madrid
Sua efervescência, os sons agradáveis de sua língua,
A beleza das pessoas a caminhar na rua.
Fiz de meus olhos apenas os olhos do amor,
Procurando nas ruas daquela majestosa cidade
O amor que outrora, também de Madrid
Saiu mundo afora,
O amor que caminha, o amor que navega,
O amor que voa nas asas de um arcanjo.