Que se distraia muito o navio que parte para Delos.
Enfrente tempestades no mar, ondas encrespadas,
Pare na iluminada Egina para visitar os mirmidões.
Sua tripulação seja presa pelos ciclopes,
Os ventos desviem a nau para Creta ou mais além, Siracusa
Daí vá até Crotona pedir a Pitágoras que acomode os algarismos
De modo que resplandeça a imagem de Thêmis no céu cerúleo de Atenas
E a espada de Minerva destrua a injustiça no vento gelado de março.
Que visite Heráclito, peça para ele decifrar os segredos do eterno devir.
Que console Dido, na Cartago de imensas muralhas,
Convença-a com palavras doces
Que por um amor leviano jamais devemos entregar nossa vida.
Antes passe por Cirene, de campos perfumados de sílfio,
Guardiã do mar colérico em cima de uma rocha de África.
Assim Sócrates continua a iluminar os homens com as palavras mais sábias
Paga o galo que deve a Asclépio e sussurra aos ouvidos de Platão, enternecido
Os mistérios incógnitos dos deuses e dos mortais.