De longe vi a Alfama e a Mouraria.
Do alto do Chiado eu vi bordos floridos em abril,
Palmeiras-das-Canárias a balançar pelo vento do mar,
E jacarandás de flores violetas e madeira negra vindos do Brasil.
Eu vi o amor nos becos da Alfama e da Mouraria
Embriagado de fado, bagaço, ginjinha e carrascão.
Eu vi Alfama e Mouraria a amar.
Vi chegar a Lisboa, curioso, em busca de ofício,
Vindo de Trás-os-Montes ou do Alentejo, esperançoso, o jovem aldeão
Maravilhado com o vibrante vigor da Ribeira
E as noites de prazer de Alfama e Mouraria.
Vi a caravela chegar de lugares distantes lá embaixo no Tejo.
Também vi homens magoados nas cadeias do Aljube e Limoeiro.
Em 1506 vi como subiram ágeis os brutos pela viela a matar.
Em 1755 vi o terremoto, a aflição de cada um para salvar os seus,
Vi partirem as almas de Lisboa aos prantos a dizerem adeus.
Eu vi Alfama e Mouraria a chorar.
No link pode-se ver um vídeo com uma tradução coletiva do poema para a língua alemã, realizado no Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões da Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Muito obrigado a essa equipe pelo esforço e contribuição:
In dem Link sehen Sie ein Video mit einer kollektiven Übersetzung des Gedichts in die deutsche Sprache, das im portugiesischen Sprachzentrum des Camões Institute der Universität von Hamburg stattfindet. Vielen Dank an dieses Team für die Anstrengung und den Beitrag:
In the link you can see a video with a collective translation of the poem into the German language, held at the Portuguese Language Center of the Camões Institute of the University of Hamburg, Germany. Many thanks to this team for the effort and contribution:
https://lecture2go.uni-hamburg.de/l2go/-/get/v/67437