Não só os reis, comendadores e fidalgos
Não só os arcebispos e mãos cheias de anéis
Cujos nomes estão nas crônicas, glorificados em honrosas citações,
E repousam, hoje, nos jazentes de Alcobaça, Braga ou São Vicente de Fora,
Mas também o jovem da aldeia que morreu em Diu
Esquecido e enterrado em uma cova qualquer.
Os que morreram no mar e jazem no fundo sombrio
Na escuridão das águas profundas junto dos corais.
O que morreu na Bahia, quando foi obrigado
A lançar-se ao mar furioso em noite de tempestade.
As viúvas que ficaram no Minho, a bordar, esperando.
As mães portuguesas que rezaram e choraram silenciosamente
Por seus filhos ausentes e desterrados.
Todos, mortos e feridos
Insignificantes e humilhados
Desprezados e olvidados,
Vivos e saudosos,
Somos todos Portugal!
No link pode-se ver um vídeo com uma tradução coletiva do poema para a língua alemã, realizado no Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões da Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Muito obrigado a essa equipe pelo esforço e contribuição:
In dem Link sehen Sie ein Video mit einer kollektiven Übersetzung des Gedichts in die deutsche Sprache, das im portugiesischen Sprachzentrum des Camões Institute der Universität von Hamburg stattfindet. Vielen Dank an dieses Team für die Anstrengung und den Beitrag:
In the link you can see a video with a collective translation of the poem into the German language, held at the Portuguese Language Center of the Camões Institute of the University of Hamburg, Germany. Many thanks to this team for the effort and contribution:
https://lecture2go.uni-hamburg.de/l2go/-/get/v/67434
Este poema mostra que a história de Portugal é feita por todos, não só pelos grandes nomes. É uma homenagem aos jovens que morreram longe, aos marinheiros perdidos no mar e às mães e viúvas que ficaram esperando. O autor nos lembra que todos, mesmo os esquecidos, são parte importante de Portugal. Apoio totalmente essa visão.