Esta linda fábula sobre a Compaixão está no Mahabharata
O pombo, perseguido pelo falcão, caiu entre as pernas do rei Vrishadarbha, ofegante.
O rei disse: “Teus olhos são da cor da romã ou da flor Ashoka”.
O falcão, ó Sábio, quer a minha carne, quer devorar meu coração, disse o pombo.
O rei, que também se chamava Shivi, apiedou-se e o protegeu.
O falcão disse: falcões sempre se alimentaram de pombos,
Tu vais negligenciar a lei, ó Poderoso?
O rei então ofereceu ao falcão nacos da própria carne.
Transformou-se em um esqueleto, sangrando como a flor de Kinsuka.
No mesmo instante os Gandharvas e Apsaras cantaram e dançaram ao seu redor
Guirlandas de Mallika foram colocadas sobre sua cabeça, melodiosas Vinas
E estridentes Pushkaras acompanhavam os cantos.
Pasta de sândalo e Aquilaria foi derramada na cabeça de Shivi,
Indra e Agni o colocaram numa carruagem dourada, com cortinas de lápis-lazúli
E cascatas de pérolas. Assim Shivi partiu para o eterno paraíso.
Todo o monte Meru, o Kailisha, os lótus do lago Nalini, o Himavat inteiro,
Jubilosos, estavam em festa.
Porque, por seu mérito, a compaixão pelas criaturas prevaleceu
Sobre as outras essências do Dharma.