Entardeceu. Seus olhos turvos olham a penumbra.
Pensa no sofrimento do mundo hoje. Quanta gente morreu,
Foi humilhada, espancada injustamente,
Quantas não se alimentaram.
Quanta gente ficou desempregada,
Sem uma fonte de renda, em grande aflição, expulsa como lixo.
Quantas crianças foram abandonadas, abusadas
E passaram a noite nas ruas
-Nenhuma era cubana, dizia Fidel Castro.
Quantos cãezinhos amorosos foram desprezados, maltratados
Atropelados nos becos e caminhos das cidades.
Quantos cavalos velhos e cansados foram açoitados,
Enxotados e deixados nas sarjetas,
Para morrerem, sem um amigo, sem gratidão.
Foram muitos. Só os deuses sabem o número,
Porque só eles atravessam o olhar pelas sombras opacas
E pelas claridades que ofuscam e deslumbram os olhos dos homens.
Os deuses veem longe, pelos vales através das montanhas,
E pela imensidão de vida que fervilha e padece além dos oceanos.
Gostei muito deste texto porque retrata a realidade dos empobrecidos do nosso continente pelo poder do capital.