Resenha de Tristão e Isolda

Ele sabia imitar o canto dos rouxinóis e de todos os pássaros

Compunha jograis graciosos de cavaleiros gentis,

Dedilhava divinamente a harpa e o saltério dos menestréis.

Sua mãe foi Brancaflor, irmã do Rei Marcos,

Que faleceu no parto.

Seu pai foi o Rei Rivalino, assassinado pelo Duque Morgan.

Corajoso, sofreu ferimentos terríveis, envenenados,

Por pelo menos duas vezes.

Quando ele embarcou para a corte do Rei Gormond,

Para buscar Isolda de cabelos mais lindos que o  ouro,

O Rei Marcos mandou equipar uma nave com víveres,

Sêmola, mel, vinho, peles e muitos presentes de Cornwallis.

Ao chegarem a Weisefort,

Vestiram cottes de tecido de lã resistente, para disfarçar

E gibões de camelão grosseiro.

Que depois trocaram por cendal e púrpura.

Lá Tristão matou o dragão de garras de leão

E cauda de serpente com dois chifres na fronte.

Mais uma vez foi exposto a venenos mortais

Mais uma vez foi curado por Isolda, a princesa de Irlanda.

Numa nave, cedida pelo pai, Isolda partiu para Tintagel,

Sua suíte real construída sobre o convés de barlavento,

E toda a Irlanda chorou na despedida.

Aquela poção infalível que traz o tormento ao mundo,

O amor indômito, irrefreável e vergonhoso às vezes,

Que desnuda a alma dos tímidos e virtuosos

Fora feita pela rainha, que também era maga soberana,

E levada a seus lábios trêmulos,

Ainda implumes e crédulos, pela atenciosa pajem.

Desde então são como a aveleira e a madressilva,

Que se entrelaçam afetuosamente e separadas, morrem.

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